A presidente da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, ressaltou,
nesta quarta-feira (14/11), em Pequim, a importância de promover, na
China, os produtos agropecuários nacionais e de atrair investimentos
chineses para o Brasil. “Queremos construir um relacionamento com a
China de médio e de longo prazos”, afirmou ao inaugurar o escritório da
entidade em Pequim, numa solenidade que contou com a presença do
embaixador brasileiro na China, Clodoaldo Hugueney, e de outras
autoridades.
Em termos comerciais, três produtos são
prioritários no comércio com o país asiático: café, carne e suco de
laranja. Segundo a senadora Kátia Abreu, em 2016, a China importará 55% e
46% a mais de carne de frango e carne de porco, respectivamente, do que
atualmente importa, enquanto o comércio de soja, um dos principais
produtos exportados pelo Brasil para a China, deverá crescer até 67%. “O
Brasil tem condições de produzir, de forma sustentável, para abastecer
esse importante mercado consumidor”, afirmou.
Segundo a senadora Kátia Abreu, a demanda
chinesa por alimentos têm crescido nos últimos anos e as perspectivas
continuam positivas para o médio prazo. “Até 2025, a China já deverá ter
triplicado seus índices de consumo', afirmou, acrescentando que, de
2002 até agora, a segunda potência econômica aumentou seu consumo de
café em 386%. “Não visamos apenas as exportações de um produto, mas
inovação, produtos com valor agregado como a China está fazendo. Na
última década, a tecnologia brasileira aumentou muito e, por isso,
queremos seguir desenvolvendo e aplicando ela em nossos produtos',
afirmou.
Para garantir a qualidade dos produtos
exportados pelo Brasil, a presidente da CNA lembrou que a entidade
desenvolveu, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), que
engloba, atualmente, dados da pecuária de corte. Novos protocolos
fitossanitários poderão ser incorporados à PGA, garantindo que dados
relativos a outros setores da atividade agropecuária também estejam
centralizados eletronicamente, garantindo a credibilidade do produto
brasileiro. “O objetivo é estabelecermos uma relação de confiança,
garantirmos parcerias e investimentos na infraestrutura para o
agronegócio no Brasil e vendermos nossos produtos”, explica a senadora.
A abertura do escritório na China é um
passo efetivo rumo à internacionalização da CNA, processo que iniciou há
cerca de um ano, segundo a dirigente. Em abril de 2013, a CNA estará
promovendo, em Pequim, um seminário sobre os investimentos em
infraestrutura e logística no Brasil, com a participação de ministros,
outras autoridades e empresários brasileiros. Em fevereiro de 2013, um
grupo de representantes do setor empresarial chinês visitará o Brasil
para ver os produtos agropecuários e, em maio, se espera a visita da
Associação de Cadeias de Lojas e Franquias da China (CCFA), que agrupa
quase mil empresários chineses, com quem a CNA espera cooperar.
Investimento chinês - A
agenda de hoje da comitiva da CNA na China começou com uma reunião com
representantes do Banco de Desenvolvimento Chinês (CDB, na sigla em
inglês), que tem escritório de representação no Rio de Janeiro, onde
pretende instalar-se. Os chineses conheceram as demandas apresentadas
pela senadora Kátia Abreu para o complexo de portos e hidrovias no Norte
do Brasil, projeto que visa baratear o escoamento da produção
brasileira.
O CDB é uma instituição financeira sob
administração direta do Conselho de Estado chinês. É responsável pelo
financiamento de projetos em infraestrutura e indústria de base. No
Brasil, o banco já financiou iniciativas em áreas como tecnologia da
informação, petróleo e gás e aquisições de aeronaves brasileiras. Na
reunião, representantes do CDB informaram que o banco gostaria de
conhecer com detalhes os projetos apresentados pela senadora Kátia
Abreu. Eles informaram que estão dispostos a organizar encontros com
empresas que poderiam se interessar por estes processos.
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